Diário do meu urso de peluche
Por vezes nao sei onde estou, longe dos meus castelos e princesas, longe do meu cavalinho de baloico, longe do meu cantinho de brincadeiras, onde eu podia ser tudo, afinal bastava eu e quem quisesse entrar nas minhas brincadeiras. O tempo corre e em cada tic tac do relogio de pendulo de casa da minha Avó, chegam memórias do que ali passou, sonhos que a infância deixou para tràs, com sorrisos de rebuçado e gargalhadas de luz. Por vezes sinto-me descalça, com uma imensa vontade de voltar a ser a menina que fui, enrolar as minhas madeixas loiras com os dedos, agarrada ao meu fiel ursinho de peluche. Sei que sou a mesma, sei que esta parte ainda vive em mim, mas as marcas do tempo, da vivência, das perdas e vitórias, vão gastando o brilho imenso de outros dias. Nunca me contentei com o que não me faz feliz. Sempre fui uma menina crescida que sabia estar, falar e encantar. Aprendi piano e francês e muito mais. Até ao tal dia em que cresci, não me lembro bem quando. Sei que um dia acordei ne