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A mostrar mensagens de 2007

Elogio ao Amor puro...

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“Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em 'diálogo'. O amor

Depois sim, partir...

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Q ueria dizer que fui eu que viajei nessas tuas palavras, nesse teu jeito de ser. Que fui eu que me deixei encantar. E que através da minha imaginação, desatei numa corrida de euforia, por sonhos perdidos, guardados, como uma criança que se exalta num manifesto de ternura, no mais pleno e breve momento de alegria... As tuas meias palavras, doces e fortes, ganharam vida quando partiste. O que me escreveste, deu asas a um sem fim de pensamentos, que por mais que tentasse, não conseguiria explicar... Não me deixes pensar tanto, porque me perco e não posso. Não me deixes percorrer tantos desejos... Tenho medo de querer ficar, medo de ter de partir. Mas antes...antes queria dizer-te tudo e um pouco mais, mas sem usar uma palavra. Queria que sentisses o meu olhar intenso, com os teus olhos fechados. Que me deixasses desenhar-te em doces tons, com todos os meus sentidos, num cenário sem espaço, num tempo que parou, tornando eterno, o mais breve e sublime momento. Queria que soubesses que sim,

Ponto a ponto...

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A imagem de ti, Criei-a: Traço a traço, ponto a ponto... Tantos pontos por definir, tanto por revelar... Mas sei, sei bastante, mesmo sabendo tão pouco. Não sei bem como, ou como sei ou para quê explicar? Ou mesmo se quero explicar, o que quer que seja, porque sentir não se vê, mas eu sinto tanto! E se te sinto assim, mesmo sem te tocar, sentir-te-ia ainda mais se me pudesses sentir: Traço a traço, ponto a ponto... Num dedilhar de sentimentos, num rodopiar de emoções. Sonho-te um pouco mais, por tanto querer, tocar, quem és...
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Fechaste as portas do teu Mundo Na esperança de ele se encontrar... Vais contando o tempo quase ao segundo Parece não querer passar... Fazes de conta que está tudo bem, E andas às voltas, quando estás a sós Gritos mudos, que só tu entendes. E por fim o silêncio, que é a tua voz... Não precisas de te esconder! Ninguém te vai encontrar... O que está escrito na tua pele, Só tu, não decifraste... Quadro teu: traço a pincel, A História da tua vida: Escrita, sentida, tatuada na pele... Quem lá escreveu, com a tua permissão Nem sequer, nem sequer percebeu, e perdeu. Passou-lhe a pele, por entre as mãos...

Labirinto

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Não me roubes as serenidades que cresceram dentro de mim com as tuas conchas, com a tua inocência de pétalas rosa; não descubras o caminho que levei anos a esconder, ou todas as janelas se abrirão para tu entrares, para me reinventares, para me deixares perdido no labirinto que tinha destruído. Apertei-te contra a parede do nosso quarto e segredei-te palavras ao ouvido, as palavras que eu tinha acabado de criar no meu vocabulário. Senti o teu cabelo nos meus dedos e tremi com as tempestades que entraram devagar, num frémito. Fechei os olhos até te conseguir ver e voei pelas noites inteiras. Em cima da mesa, tinhas deixado um mapa por onde eu podia descobrir-te, eu peguei no mapa e na mesa e saltei para uma ponte de fios donde tinha passagem para o teu corpo. Mas não me deixes pensar estas coisas, porque me desequilibro e caio, porque me deixo tentar por mim e pelos meus dedos que não sabem o caminho de volta.... Não me faças rodopiar pela tua pele como um arco-iris de movimentos, em qu
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Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis. E um exército de professores explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição. Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a cas

Recortes(...)

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"Amo-te com o doer das velhas penas; Com sorrisos, com lágrimas de prece, E a fé da minha infância, ingênua e forte. Amo-te até nas coisas mais pequenas... Por toda a vida! E, assim Deus o quisesse, Ainda mais te amarei depois da morte..." Elisabeth Barret Browning - No escuro