Depois sim, partir...



Queria dizer que fui eu que viajei nessas tuas palavras, nesse teu jeito de ser.
Que fui eu que me deixei encantar.
E que através da minha imaginação, desatei numa corrida de euforia, por sonhos perdidos, guardados, como uma criança que se exalta num manifesto de ternura, no mais pleno e breve momento de alegria...
As tuas meias palavras, doces e fortes, ganharam vida quando partiste.
O que me escreveste, deu asas a um sem fim de pensamentos, que por mais que tentasse, não conseguiria explicar...
Não me deixes pensar tanto, porque me perco e não posso.
Não me deixes percorrer tantos desejos...
Tenho medo de querer ficar, medo de ter de partir.

Mas antes...antes queria dizer-te tudo e um pouco mais, mas sem usar uma palavra.
Queria que sentisses o meu olhar intenso, com os teus olhos fechados.
Que me deixasses desenhar-te em doces tons, com todos os meus sentidos, num cenário sem espaço, num tempo que parou, tornando eterno, o mais breve e sublime momento.
Queria que soubesses que sim, fui eu...

E depois sim, partir!

Comentários

Anónimo disse…
Há quem deixe "pontas soltas" de propósito, assuntos por resolver uma vida inteira. Porque é mais confortável viver da ilusão do que poderia ter sido do que encarar a certeza do que não é. Só um dia, talvez já muito tarde, se apercebem de que isso não é viver. Apercebem-se de que se especializaram na arte de "desviver", como diria talvez Mia Couto, e têm pena de não ter arriscado. Só arriscando se pode dar passos em frente, com a certeza de que atrás de nós se fecharam as portas do passado.

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