Posso-te escrever um poema? Daqueles em que voamos nas palavras e paramos o tempo, os contratempos e tudo o que consome os melhores momentos. Deixa-me escrever-te com os meus olhos, com a ponta dos meus dedos, com os meus lábios num declamar da tua pele. Vou parar este teu relogio que corre, e faze-lo pausar os nossos tempos. Pode ser que se encontrem finalmente e falem sobre tudo e nada, sobre ti e sobre mim, num silencio revelador, que não precisa de palavras para ser escutado. Posso-te escrever um poema? Daqueles que são como um mapa de nós, em que cada novo caminho se abre, neste dedilhar nosso, a cada palavra sussurrada, em cada gargalhada que se solta! Onde me dás a mão e não a soltas, até te sentires no céu, até tocares cada estrela e cada planeta, e os sentires na palma da tua mão. Onde me dás um beijo e fechas os olhos, e saboreias o mel, enquanto vislumbras cada flor que percorri. Onde me dás um abraço, com esse olhar que acolhe por inteiro e imana feixes de luz em cada exp