A verdade liberta
O óbvio está sempre diante dos nossos olhos e muitas vezes não o vemos. Como quando procuramos algo, que afinal está ali em cima da mesa e viramos as coisas do avesso, até que acabamos por nos rir com a nossa própria distracção. A nossa verdade diz respeito àquilo que temos hoje e agora, não a ideais futuros. Muito menos diz respeito a coisas passadas, às quais continuamos a dar uma importância excessiva. Se vivemos entre sonhos e memórias, não podemos deixar de perceber que o que existe agora, é o mais concreto que temos entre mãos. E que o que um dia sonhámos, até poderia ter sido muito diferente e melhor, mas é isto que temos. Ao saber o que tenho, posso tomar tudo como um papel onde desenho, ou uma pauta onde escrevo música. Mas não posso desenhar no vento, nem esculpir em pedras enterradas. E a liberdade nasce de um acarinhar as oportunidades presentes e fazer delas, os meus caminhos possíveis, onde passo a passo encontro a verdade que me liberta.