Segundo a nossa medida...
Podemos tantas vezes ter um olhar deslocado acerca das pessoas que conhecemos e das situações que nos acontecem. O nosso olhar tem uma tendência enorme a ficar condicionado pela nossa história e pelas nossas experiências. É também normal que assim seja...Mas acho mesmo que olhar a partir do conhecido é pobre.
E se umas vezes somos ingénuos e não percebemos o que está a acontecer, outras somos de tal maneira condicionados que pintamos de vermelho, aquilo que é azul.
É que nós somos dotados por uma tão maior originalidade!
Há um olhar de beleza e alegria que tem consciência do que vê.
Não significa deixar passar as coisas que não estão bem, mas não as aceita como estados definitivos. E alegra-se com as coisas boas da Vida, mas também não as aceita como estados definitivos.
A medida do meu olhar é aquela que, no fundo, tenho em relação a mim mesmo.
Porque olho sendo olhado, sei que posso amar porque sou amado.
A minha medida vê mais do que o imediato, e posso salvar aquilo que aparece como inevitavelmente perdido, apenas por existir, no meio de tudo, o sinal mais pequeno de esperança.
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