Eternidades

Existem momentos em que a nossa vida é tocada pela eternidade.
Temos todos na nossa história momentos que resumem anos de procura, experiência, conhecimento. Momentos em que podemos dizer que: foi o dia em que me tornei uma outra pessoa, ou que mudou a minha vida.
Também há momentos que marcam pela negativa, que impuseram rupturas e decisões dolorosas. Por vezes damos a tudo isto uma dimensão de definitivo, libertador ou tão destruidor. Para trás ou para a frente, um caminho complexo. Que procuramos que seja pleno, que seja linear, aceite, com sentido...
Ao longo do caminho descobrimos que as respostas fáceis não abundam.
Descobrimos que as respostas que mais precisamos surgem em momentos inesperados, algures no meio do nada.
Uma vida plena, não é uma vida cheia...
Agendas super preenchidas falam-nos mais de vento do que de mar. A plenitude está em pôr uma cor dentro de cada espaço vazio ou escurecido.
Aqueles espaços que ainda por cima são exactamente aqueles que nem sabemos bem como preencher.
Mas talvez seja este o desafio e a surpresa: de deixar que sejam pintados ao acaso.
Por uma força qualquer que nos ultrapassa, que a maioria das vezes nos move e que nos surpreende sempre, um pouco mais.
Afinal é tão bom rodear-nos de coisas bonitas e alegres! Que não servem para esquecer sombras, mas para lembrar que estas não são tudo.
Hoje pensei em ultimas palavras ou palavras de fim, e nas coisas que posso dizer que tenho como definitivas. São muito poucas, ou talvez nenhumas...
Queremos ser completos, ter verdadeiras formas de amar e ser amados, certezas de caminhos a percorrer.
Mas isto tem qualquer coisa de tão definitivo como sentir o vento. Uma mera experiência de liberdade ou confiança. É maravilhoso sentir o vento no alto duma montanha, cheguei ao topo de muitas questões da minha vida, outras nem por isso.
Mas passa depressa, fica o regressar de coração cheio das coisas de sempre, com uma nostalgia de ter voado para muito longe.
Porque o definitivo tem uma parte eterna, que nunca poderei considerar minha. Prefiro dizer que é uma eternidade presente, enquanto for.
Vivo no meio de cores que atravessam transparências, e com as quais vivo à minha maneira, grata e feliz.

Comentários

Márcio Filipe disse…
Quem me dera saber o segredo para este existencialismo saudável. Bonito divagar pelas "coisas".
Vanda disse…
E é assim sem dúvida que desejo que te sintas, grata e feliz :)


Porque tu mereces :)


Obrigada pela tua visita :) pelas tuas palavras, cheias de mil cores e luzes que transportas contigo!

Deusas, pois!! :)

Todas nós !!
Vanda disse…
Páscoa feliz!!


Dias com muito sol, muita luz e muito amor!


Beijos

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