De mim, para mim: desabafo...

O tempo passa e esta mudança que sinto dentro de mim torna-se num magico despertar para vida, para este universo vivo, que parece querer mostrar-me algo, algo de precioso, algo que o tempo que existi fez por vezes ignorar...

Sinto a fusão de tudo a minha volta, como se o Eu que existe em mim se fundisse em tudo o que toco, tudo o que vejo, respiro, cheiro...

Até mesmo de olhos fechados as sensações invadem-me como uma energia, que vai crescendo, crescendo.

Cada dia tudo parece ainda mais bonito, os lugares de sempre, mesmo os lugares de todos os dias são cada vez mais magicos.

É como se levitasse por aqui e ali, é como se cada vez mais precisasse de ser menos.

E é quando me fundo, e me sinto tudo e nada, que essa energia me transporta para o ponto mais alto e mais profundo de mim...Rebelde, louca, talvez!

Parece que são poucas as coisas que me tocam, ou talvez a maioria das coisas que tocam aos outros deixaram de me tocar a mim.

Talvez porque os medos vão desaparecendo, as mascaras que criei deixaram de fazer sentido por isso vou despindo uma a uma, até ficar comigo...

Tenho saudades do que ficou para trás, coisas que se perderam, outras que permanecem vivas e vão crescendo, por aqui por ali...

Por vezes apetece-me correr ao contrario! Voltar atrás em tudo! Resgatar todo o passado que se dissolveu. Mas que sentido faria? Não aconteceria nada de novo, tudo acabaria numa desilusão.

Resta-me aceitar o momento que vivo, aceitar o que não tenho, por queres ter o que não posso parar...é impossivel parar e sempre que o tentei fazer, muito se perdeu.

Ninguem mais será capaz de preencher os meus sonhos, só eu.

São estes meus sonhos de criança que me fazem cair de amor, chorar...

São estes contos de fadas, os melhores sonhos que alguma vez tive, que depois se tornam nos mais tristes fins.

Acabou este desassossego quero ser eu e mais nada.

Quero estar plena de mim, em tudo o que faço!

De asas abertas, sigo com um só rumo: a libertação do que não quero ser nem parecer.

Sigo rumo ao que não sei, ao que não procuro, com a certeza do que não quero...