Raio de sol

*foto olhares - Francisco F.
Será que é importante de quem parte a iniciativa de fazer e querer bem?
Se há uma marca própria de quem irradia felicidade é o facto de não conseguir deixar de fazer o bem, e fazer com que cada dia seja melhor, de tentar momento a momento fazer algo diferente, criar, repintar, sonhar com um pouco mais, com um pouco melhor.
Não acredito muito que fazer algo bom seja só uma resposta ao facto de me sentir amada. Se assim fosse, seria fácil continuar este dar para receber, como um mero jogo de recompensas.
Fazer o bem tem de ter qualquer coisa diferente. Tem de ser gratuito! Um simples encontro com o sentido que damos às coisas ou pela necessidade de partilhar.
Muitas vezes passa por ultrapassar orgulhos feridos, ou mesmo por dar sem sequer poder esperar receber.
Amar quem não merece... Isso às vezes parece mesmo impossível! Mas com o tempo, aprendi que é quando erramos que mais precisamos de nos sentir amados, reconhecidos, abraçados...Todos merecemos ser elevados ao nosso expoente máximo, especialmente no amor!
Se pensássemos em oportunidades passadas de plenitude, dar-nos-íamos conta de que ficámos felizes porque fomos autênticos na nossa capacidade de sair fora de nós, ir para além dos nossos limites.
Que a razão que atribuimos às coisas pode ser superada pelo que sentimos. E que limites só existem para os factos que não queremos ultrapassar.
Hoje prefiro acreditar que não somos feitos de recompensas, mas de gestos de entrega.
É tão mais natural em nós sorrir e partilhar por acreditar, do que fazê-lo a pensar no que poderá vir a seguir. A recompensa se vier, vem mais tarde... Não precisa ser imediata.
No entanto será bom receber qualquer coisa, como sentir o quente dum simples raio de sol, que se cruzou no nosso caminho e que consegue tocar cada pedaço do nosso corpo, com todo o seu fogo e luz...

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